Desde 2003, as exportações, que representavam 35% do volume
produzido pela empresa, caíram para apenas 3%.
"O gatilho para o pedido da recuperação judicial foram
basicamente as ações trabalhistas que vieram com a redução do nosso parque
fabril e das demissões de funcionários", afirmou Stewers.
Para tentar buscar um ponto de equilíbrio nas suas finanças,
a Teka reformulou o portfólio de produtos e a capacidade fabril. Demitiu cerca
de mil empregados nas unidades de Itapira e Artur Nogueira, no Estado de São
Paulo, e Indaial e Blumenau, em Santa Catarina. Mesmo com o impacto das
rescisões, o principal passivo da empresa repousa nas dívidas com bancos e os
chamados credores quirografários.
"Nosso objetivo com o pedido de recuperação judicial é
pagar todos os trabalhadores, os fornecedores e os bancos dentro de uma
estrutura de capital adequada. Outro ponto é explorar melhor as unidades de
negócios, a nossa marca, que é muito forte, e abrir novos canais de
venda", afirmou Stewers.
Débito milionário. No final do primeiro semestre, o passivo
a descoberto total da empresa era de R$ 780,9 milhões, incluindo os tributos.
Stewers não detalhou o passivo sem os tributos, mas disse que é "um pouco
mais da metade do valor total".
O executivo também reclama que o pacote do governo federal,
anunciado em abril, de desoneração fiscal para ajudar vários setores da
economia, entre eles o têxtil, chegou tarde demais.
"Esse pacote nos ajudou timidamente. Quando se fala no
custo Brasil, é muito mais do que o que foi contemplado. Quando vemos um setor
inteiro que não ganha mais dinheiro, tem algo de errado", completou.
A boa notícia para a companhia é que conseguiu registrar, no
primeiro semestre, um lucro de R$ 77 milhões, dando uma nova esperança para o
equilíbrio financeiro.
"O lucro ocorreu, temos uma grande chance de reagir. A
recuperação judicial é um remédio para ajudar a empresa a voltar a ter
lucro", disse Stewers.
Fonte: Estadão, 27 de outubro de 2012.
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